Fontes
Os Evangelhos – Tudo que sabemos da vida de Jesus vem de narrativas dos "evangelhos". Seus autores não tinham a preocupação de documentar rigorosamente os acontecimentos, misturavam história, lendas e doutrinas, influenciados por antigas tradições judaicas, mitologias pagãs e correntes esotéricas. Há vários evangelhos, mas apenas quatro são aceitos pelas igrejas cristãs, os "canônicos", atribuídos a Marcos, Mateus, Lucas e João. Os demais foram considerados "apócrifos". Porém alguns vêm despertando interesse, o de Tomé. O evangelho mais antigo, o de Marcos, acredita-se ter sido redigido antes da destruição de Jerusalém, pois não há qualquer alusão a esse acontecimento.
A época
Jesus nasceu no território que corresponde hoje a Israel e Palestina, sob domínio romano. Antes disso por babilônios, persas e gregos. Herodes impôs seu reinado sobre o território que se estendia da Síria ao Egito. Foi chamado "o Grande" graças a um fabuloso programa de obras urbanísticas e arquitetônicas.
O governo de Herodes - Jerusalém e muitas outras cidades foram reurbanizadas à moda romana, cortadas de ponta a ponta por grandes avenidas, subdivididas por ruas formando ângulos retos e embelezadas com palácios, anfiteatros, jardins, destacando o suntuoso Templo de Jerusalém, o rei esperava conquistar a simpatia dos judeus, que o odiavam. O preço dessas edificações foi a extorsão do povo. Amedrontado pela idéia de perder o poder, Herodes cometeu todo tipo de crime. Com a sua morte no ano 4 a.C., o reino foi dividido entre seus 3 filhos Arquelau, Filipe e Herodes Antipas. Jesus nasceu no reinado de Herodes, viveu em territórios governados por seus filhos e morreu sob o poder do romano Pôncio Pilatos, procurador da Judéia entre 26 e 36 d.C. Um período conturbado na história do povo judeu, a cobrança de impostos, a opressão política e a influência estrangeira em assuntos religiosos. Na década de 60 d.C., 30 anos depois da morte de Jesus, o país explodiu em levantes contra o domínio romano, culminando em 70 d.C., a destruição de Jerusalém pelo exército de Tito.
A data
O nascimento de Jesus assinala o início da era cristã, porém houve um erro de cálculo cometido por Dionísio. Sabe-se hoje que Jesus nasceu antes do ano 1 (entre 8 e 6 a.C.), graças a uma narrativa de Lucas. O fato aconteceu na época do recenseamento de Roma. Esse censo realizado na Palestina, tinha por objetivo regularizar a cobrança de impostos. Os historiadores situam este período de 8 e 6 a.C.. O mais provável é 7 a.C, pois se deu um evento astronômico, como explica a narrativa de Mateu, ao mencionar a "estrela". Uma conjunção de Júpiter e Saturno que produziu no céu um ponto de brilho excepcional, que impressionou os astrônomos da época. Seriam os "magos do Oriente", de Mateus.
O festival pagão X a festa de Natal - 25 de dezembro é uma data simbólica, nesse dia ocorria em Roma o festival Solis Invictus (quando o percurso do Sol ocupa sua posição mais baixa no céu, voltando a ascender). Os cristãos associavam o sol a Jesus, transformar o festival do sol em Natal, foi um pulo.
A ascendência do Messias – Mateus e Lucas afirmam que Jesus nasceu em Belém. Belém era a cidade de Davi e, segundo a tradição, o Messias deveria surgir da descendência desse rei de Israel. Lucas oferece um bom argumento a favor de Belém: José, esposo de Maria, futura mãe de Jesus, pertencia a uma família originária de Belém e, a regra do senso exigia que o indivíduo se alistasse em sua cidade de origem.
O lugar onde Jesus nasceu - De passagem pela cidade, José e Maria procuraram onde se alojar. Lucas "não havia um lugar para eles na sala". Estando o local cheio, muitas pessoas para o senso, o casal se acomodou do lado de fora, talvez sob um alpendre, junto à manjedoura. Foi aí que Maria deu à luz.
A infância e a juventude
As primeiras letras – O analfabetismo era raro. Ao completar 13 anos, os meninos compareciam a sinagoga para ler o Torá. Jesus teve acesso a essa educação básica. Lucas narra, “o menino Jesus debate com os doutores do Templo”. João narra, "Como pode ser ele versado nas Escrituras, sem as ter estudado". Conforme narrativas evangélicas e conhecimento da sociedade judaica da época indicam que nem sua família era pobre nem sua instrução parou no nível elementar.
Jesus um rabino – “Rabino" como era chamado por seguidores em várias narrativas. Para se obter educação superior, era preciso participar dos círculos de rabinos ilustres. Paulo (que inicialmente perseguiu os seguidores de Jesus e depois se tornou o principal propagandista do cristianismo) recebeu esse tipo de instrução junto ao rabino Gamaliel, um dos maiores mestres da época. É possível que Jesus tivesse essa instrução, os evangelhos não fornecem nenhuma informação. Marcos e João narram um Jesus adulto. Mateus e Lucas traçam um breve retrato da infância e, daí, pulam para a idade adulta. Alguns apócrifos apresentam cenas infantis, narradas de forma fantasiosa. O resultado é uma lacuna de cerca de 20 anos na "biografia".
O jovem trabalhador – Marcos afirma que Jesus seguia o ofício de José “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria”.
A língua
O idioma era o aramaico. Na sua época, o povo já não falava mais o hebraico, usado apenas nos ritos religiosos. O grego e o inglês. E o latim, o idioma do Império.
A aparência de Jesus
Os evangelhos nada dizem sobre a aparência de Jesus. E as primeiras imagens produzidas sob influência da arte romana, o mostravam como um jovem de cabelos frisados. No Egito, apresentaram Jesus de barba, longos cabelos repartidos ao meio.
O Santo Sudário – Tecido de linho, que, teria sido o lençol mortuário de Jesus. Usando uma técnica de superposição de imagens, foram obtidos 170 pontos de coerência com a face egípcia. 79 kg , 1,80 m, homem musculoso, com barba e cabelos longos, trançados abaixo do pescoço.
Jesus esotérico
Alguns evangelhos apócrifos atribuem a Jesus ensinamentos esotéricos. Estudiosos chegam a afirmar que muitas de suas narrativas são mais confiáveis do que as dos evangélicos canônicos. Ele foi portador de um conhecimento oculto que vem sendo comunicado à humanidade há muito tempo. Algumas passagens da vida de Jesus à luz do esoterismo. É arriscada uma afirmação taxativa. Mas, apenas como reflexão, é interessante.
Batismo - Após um período de 20 anos, do qual nada se sabe, ele iniciou sua atuação pública. Essa fase da vida foi precedida por um ritual adotado por várias tradições místicas. Batismo, prática utilizada pelos essênios, mas não só por eles, de maneira simbólica, submerso na água, "morre" para sua antiga existência e emergindo dela, "renasce" para uma vida nova.
Tentação - A prova de fogo do deserto. Jesus viveu outra experiência mística, jejuando 40 dias no deserto da Judéia. Sua função com o isolamento e privação, na qual ele seja levado a confrontar o lado sombrio de si mesmo. Mateus narra, que o Diabo assedia Jesus com três tentações: quebrar o jejum, transformar pedra em pão; atirar-se do alto do Templo para que os anjos o amparassem; adorar o Diabo, em troca do reinado sobre a Terra. Desviar Jesus da sua missão, levando a direcionar seus poderes para metas egoístas. Ele as rejeitou.
Círculo hermético - Suas ações e palavras atraíram grande número de pessoas. Três tipos de público: a grande massa (sinagogas e espaços coletivos), os discípulos (mantinha em freqüente contato), e o grupo mais restrito dos "doze". João informa que dois dos "doze" haviam sido discípulos de João Batista. Um exemplo de ensinamento destinado à multidão é o "Sermão da Montanha". Sentenças densas, encontradas em Tomé, e nos canônicos.
Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus - Essa inscrição foi afixada à cruz. Costuma ser interpretada como resumo da acusação feita a Jesus. Porém, à luz das especulações esotéricas, pode ter outro significado. "Nazareno" = habitante da cidade de Nazaré, "nazir" ou "nazireu" = indivíduo inteiramente consagrado a Deus, que, entre outras obrigações rituais, devia se abster de cortar os cabelos. Sansão, personagem do Antigo Testamento, era "nazir" e teria perdido temporariamente os poderes quando seus cabelos foram cortados.
Os partidos e as seitas na Galiléia
Jesus era judeu, e contracenou com os diversos grupos político-religiosos de Israel. Em vários momentos de sua atuação, ele divergiu desses partidos e seitas. Suas palavras não eram nada suaves, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão".
Saduceus - Partido dos proprietários de terras, anciãos e, membros da elite sacerdotal. Representavam o poder, a nobreza e a riqueza. Controlava o Sinédrio, senado de Israel e, o Templo de Jerusalém. Negavam a imortalidade da alma, rejeitavam o Talmud e aceitavam o que estava escrito na Tora, cuja redação era atribuída a Moisés.
Escribas - Não estavam ligados a um segmento social específico, nem seita ou partido, porém desfrutavam de autoridade. Homens de grande sabedoria e influenciavam as decisões do Sinédrio. Reverenciavam a Torá, mas não se prendiam a uma leitura literal, reconhecendo nele uma dimensão esotérica.
Fariseus - Movimento com ramificações em todas as camadas sociais. Muito religiosos e formais, cumprindo minuciosamente as regras de pureza prescritas na Torá, em especial o Levítico. Ativos nas sinagogas e, censurados por Jesus, por se apegarem aos detalhes epidérmicos da Torá, enquanto negligenciavam seu conteúdo profundo. Jesus os chamou de "condutores cegos, que coais o mosquito e tragais o camelo!" Acreditavam na imortalidade da alma e na ressurreição do corpo. Eram nacionalistas, e aguardavam a vinda do Messias, que deveria libertar Israel da dominação romana.
Zelotas – Fariseus radicais pretendiam expulsar pelas armas os dominadores pagãos. Cometiam atentados contra o Império. Por isso, eram cruelmente perseguidos pelos romanos. Sua doutrina era um misto de religiosidade extremada e ultranacionalismo político. Entre os 12 discípulos, havia dois zelotas: Simão, o Zelota e Judas Iscariotes. Os zelotas depositaram esperanças na liderança política de Jesus. Mas, a amplitude e a profundidade da mensagem do mestre se chocaram com o caráter restrito, superficial e imediatista dos revolucionários zelotas. Isso talvez explique a traição de Judas.
Essênios - Puritanos que viviam em comunidades ultrafechadas. Acreditavam que eram os puros de Israel. Levavam uma vida extremamente rígida. Praticavam o celibato ou se casavam somente para perpetuar a espécie. Combatiam tanto os romanos quanto o poder concentrado no Templo, opondo-se ao sacrifício de animais. E aguardavam a vinda do Messias, que deveria liderar uma guerra santa para eliminar os pecadores e instaurar o reino dos justos. Cultivavam uma doutrina gnóstica. Praticavam o ritual do batismo. Apegados aos preceitos de pureza e ao seu próprio orgulho, os essênios se afastavam de um mundo supostamente corrompido para não se contaminarem. Jesus, ao contrário, transgredia regras e, mergulhava no mundo para transformá-lo.
O povo
Esperavam um guerreiro que os libertasse dos opressores. Jesus pregava o amor e o Reino de Deus na terra. Jesus foi identificado como o Messias por seus seguidores e na condição de Messias, ele foi recebido em Jerusalém, no início de sua última semana de vida. Mas os acontecimentos frustraram essa expectativa guerreira, nacionalista e monárquica. A frustração popular foi explorada pelos inimigos de Jesus, que o condenaram à morte. A prática de Jesus contestava as estruturas da sociedade e da religião da época. Ele não se apresenta como um reformista à maneira dos essênios, nem como observante da tradição como os fariseus, mas como um libertador profético. Jesus não se organizou para a tomada do poder político. Pois sempre considerou o poder político como tentação diabólica, porque implicava uma regionalização do Reino, que é universal.
A revolução de Cristo - Bastava libertar o país da dominação estrangeira, restabelecer a legitimidade política e tudo estaria resolvido. A revolução proposta por Jesus era um processo de longo prazo e profundo. Sua meta era realizar o "Reino de Deus" na Terra. João narra, Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
A ação libertadora
Jesus golpeou o coração do poder, o Templo de Jerusalém.
A cobrança pelos sacrifícios – O clero assumiu o controle da vida nacional. A base econômica de seu poder eram os sacrifícios diários de animais e a cobrança de impostos realizados no Templo. Os animais a serem sacrificados passavam por um controle de qualidade, baseado nas regras de pureza estabelecidas no Levítico. Essa "peneira fina" barrava os animais trazidos pelos fiéis, que, em seu lugar, deviam comprar outros, vendidos nos pátios do Templo. “Por acaso” esses animais aptos eram criados pelas famílias sacerdotais. Os preços de acordo com a demanda. E disparavam na época das festas religiosas.
O comércio religioso - Os sacerdotes lucravam com a venda dos animais. Tiravam proveito da conversão do dinheiro utilizado no pagamento, as moedas correntes não podiam entrar no Templo, dinheiro "impuro", eram trocadas com ágio, “câmbio negro”. Ainda tinha o dízimo, todo judeu do sexo masculino, com mais de 20 anos, era obrigado a pagar. Não admira que os essênios, abominassem o sistema estruturado em torno do Templo. Quando Jesus virou as mesas dos cambistas e expulsou os vendedores de animais do Templo, ele “bateu de frente” com Sinédrio.
A condenação
O Sinédrio - Controlado pelas duas famílias sacerdotais mais poderosas de Israel, as de Anás e Caifás. Se reuniam nas dependências do Templo, na Sala da Pedra Talhada. A ele cabiam todas as decisões de natureza legal ou ritual. E sua autoridade se estendia às populações judaicas que viviam fora da Palestina. Era composto por 70 membros e presidido pelo sumo sacerdote. Foi essa instituição, de certo modo semelhante ao senado romano, que condenou Jesus.
A ameaça-Jesus - Sua existência remontava ao século 2 a.C. e encerrou-se em 66 d.C.. Também não eram bem vistos pela população, pelo fato da colaboração com os romanos. Seus chefes se sentiram ameaçados com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Eram ardilosos, aproveitaram o desapontamento popular causado pela recusa de Jesus em assumir o papel de líder messiânico. Traído por Judas e preso pelos soldados de Caifás, o mestre foi levado a uma masmorra e cruelmente espancado.
Pôncio Pilatos – Mateus narra, o Sinédrio condenou Jesus à morte sob a acusação de "blasfêmia", mas eles não tinham autoridade para executar o condenado. Por isso Caifás encaminhou Jesus a Pôncio Pilatos. Para a mentalidade pragmática de um procurador romano, a acusação, de caráter religioso, não fazia o menor sentido. Daí a hesitação de Pilatos em ratificar a sentença. Numa época de fermentação política, os romanos crucificavam milhares, na repressão ao levante do ano 4 d.C., dois mil judeus foram crucificados. Ao seu olhar insensível, Jesus era apenas mais um. Por que se indispor com o Sinédrio?
A jornada para o martírio
A cruz - Ela não era alta e imponente, era baixa, acanhada, insignificante. Para acomodar-se nela, a vítima era pregada com os joelhos dobrados. Havia um fenda onde a vítima podia se sentar, para impedir que os pulsos rompessem devido à ação do peso.
Os ferimentos – Jesus carregou a barra horizontal, pesada o suficiente para ter provocado hematomas nas costas. A imagem do Sudário mostra, sinais de 90 a 120 ferimentos causados pelo açoite, 72 perfurações na cabeça, produzidas pela "coroa" de espinhos. Os pregos, uns 18 centímetros, ele não foi fixado pelas mãos e sim pelos pulsos. Nas mãos, estas teriam rasgado com o peso do corpo. Um terceiro prego, juntando os dois pés, completava a fixação.
Morte por asfixia - Na cruz, os braços altos dificultavam a respiração, os líquidos se acumulavam nos pulmões, morte por asfixia. Para tomar fôlego durante a agonia, as vítimas erguiam-se várias vezes de seus assentos, sustentando-se nos três pregos. Por isso, após horas de suplício, suas pernas eram quebradas, de modo a acelerar a morte. A análise do Sudário mostra que esse procedimento não ocorreu no caso do homem cuja imagem ficou gravada no tecido. A estocada de lança, um golpe de misericórdia, perfurou o peito, ele já estava morto.
Presságios e acontecimentos extraordinários
Era comum os crucificados sobreviverem por até três dias. Talvez devido às terríveis torturas que sofreu na casa de Caifás e entre os soldados romanos, Jesus morreu em apenas seis horas. Os evangelhos narram acontecimentos, que teriam pontuado essas horas dramáticas. Mateus narra, "desde a hora sexta até a hora nona", isto é, do meio dia as três da tarde, "houve treva em toda a terra". Quando Jesus exalou o último suspiro, "o véu do Santuário se rasgou em duas partes, de cima a baixo, a terra tremeu e as rochas se fenderam". Se as trevas mencionadas corresponderem a um eclipse, a morte de Jesus deve ter ocorrido no ano 30 d.C., quando se deu um evento dessa natureza. Considerando que Jesus nasceu entre os anos 8 e 6 a.C., ele deve ter vivido então de 36 a 38 anos.
A ressurreição
Para os discípulos e outros que acreditaram nele, a morte de Jesus foi um golpe demolidor. Surpresos com a rapidez dos acontecimentos, aturdidos com um desfecho que contrariava suas expectativas, amedrontados com a possível repressão, eles certamente sentiram o chão ceder debaixo dos pés. Que perplexidade, que angústia, que desalento! No entanto, toda essa angustia se refez com a notícia da ressurreição.
O sepulcro vazio - Visto pelas mulheres que foram visitá-lo na manhã do terceiro dia e a aparição aos discípulos. O Mestre em carne e osso. A narrativa é muito sumária em Marcos e Mateus e bem mais extensa e inspiradora em Lucas e João. O texto dos Atos dos Apóstolos, uma obra também atribuída a Lucas, fixa em 40 dias o tempo de permanência de Jesus ressuscitado na Terra. O evangelho gnóstico Pistis Sophia prolonga a estadia para 11 meses e apresenta ensinamentos esotéricos. Os canônicos afirmam que os discípulos não reconheceram Jesus num primeiro momento. E o fazem aparecer e desaparecer de cena misteriosamente. Certas correntes do cristianismo interpretaram esses dados como indícios de que o mestre voltara a Terra num corpo sutil. No entanto, em Lucas, o próprio Jesus insiste na materialidade de seu corpo "Vede minhas mãos e meus pés: Sou eu! Apalpai-me e entendei que um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho".
A ressurreição à luz das religiões orientais - O mistério da ressurreição certamente escapa à capacidade interpretativa da ciência atual. Mas a idéia da transmutação do corpo físico e da conquista da imortalidade não é estranha a antigas tradições espirituais como o shivaísmo indiano e o taoísmo chinês. Embora extremamente rara, essa possibilidade estaria no horizonte de todo ser humano. E teria sido alcançada pelos siddhas (perfeitos).